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Empresas que crescem e que fazem crescer

Artigo de opinião de Teresa Cardoso de Menezes, publicado no suplemento do jornal Expresso “As 1000 maiores empresas”, do passado dia 23 de dezembro

Quando atravessamos tempos em que se esperam grandes desafios e dificuldades, ainda se torna mais importante não desperdiçarmos as boas notícias.

A recuperação que o conjunto das 1OOO Maiores Empresas em Portugal protagonizaram e que está expressa nos indicadores do seu desempenho em 2021 é uma dessas boas notícias. Estas empresas representam 45% do volume de negócios de todas as empresas, o equivalente a 77% do PIB. São responsáveis por mais de metade das exportações e por um quarto do emprego entre as empresas, o que faz delas um pilar que sustenta toda a economia, devido também à sua presença em todos os sectores de atividade e em todos os distritos.

Por isso, o que realmente é motivo de celebração não é apenas a sua dimensão mas aquilo que esta dimensão significa para todo o tecido empresarial através das suas diversas cadeias de valor, para a criação de riqueza e, como tal, para o crescimento do país.

Não são imunes aos contextos adversos, mas é perante essas dificuldades que mostram a sua capacidade de absorver impactos e de sustentação do tecido económico, nomeadamente através de uma resiliência financeira bastante superior à das outras empresas.

Estas dificuldades tornaram-se claras há cerca de um ano e meio, quando conhecemos as contas das empresas relativas a 2020, que vieram confirmar aquilo que já se previa: a pandemia de covid-19 e as medidas utilizadas para a combater atingiram profundamente os diversos indicadores das empresas, nomeadamente o volume de negócios ea sua rentabilidade.

Na análise das contas relativas ao exercício de 2021, vimos a robustez deste desempenho que, além de ter recuperado da queda verificada um ano antes, ultrapassou inclusivamente o ano de 2019 nos principais indicadores, como volume de negócios, exportações e emprego.

Quando comparamos o crescimento do volume de negócios das 1OOO Maiores Empresas face a 2019 com o do tecido empresarial em geral, constatamos que ele é muito semelhante, rondando os 5%. A primeira reação seria dizer que o crescimento das maiores empresas acompanha a linha definida pelas restantes empresas, que são a grande maioria. Penso, no entanto, que dado o enorme peso destas empresas, o que se passa deve ser precisamente o contrário – existe uma enorme quantidade de empresas de dimensão mais reduzida e com excelentes desempenhos, mas são as grandes empresas que lideram a marcha do crescimento e, nesse caso, deveríamos dizer que é o tecido empresarial que acompanha o desempenho das empresas de maior dimensão.

Foi exatamente à procura desta capacidade de crescimento que a Informa D&B orientou as análises que realizou aos dados das 1OOO Maiores Empresas e que resultam em prémios e distinções nesta edição de 2022. Tais análises têm em vista não apenas a sua dimensão mas sobretudo o seu crescimento. Um crescimento que quisemos identificar em diversos indicadores, mas, além disso, que seja sustentado, utilizando como critério para esta sustentabilidade o do crescimento ser uma realidade nos últimos três exercícios, algo que mostra de forma mais assertiva a capacidade dessas empresas para manterem o rumo do crescimento. A recuperação que referi foi conseguida após as dificuldades da pandemia e das suas restrições. No momento presente, o país vê-se confrontado com um contexto internacional que traz novas dificuldades, algumas delas com impactos muito relevantes nas margens das empresas, como o aumento de custos da energia ou das matérias-primas. Quer entre as 1OOO Maiores Empresas quer no tecido empresarial, mais de 80% das empresas estão expostas a um impacto médio ou alto a estas circunstâncias, de acordo com a análise de impacto sectorial que a Informa D&B desenvolveu, dirigida a este contexto específico. Mas tal como em situações anteriores, a resiliência financeira das maiores empresas é uma das garantias da sua melhor preparação para lidarem com este cenário.

A capacidade de crescimento que as trouxe até este patamar está infimamente ligada a essa resiliência, inclusivamente quando analisamos a sustentabilidade desse crescimento, já que são as empresas mais resilientes que concentram maior percentagem daquelas que crescem durante três anos consecutivos.

Como já referi, e perante o peso e influência destas empresas na generalidade do tecido empresarial, estes são dados positivos, que sinalizam o seu potencial no enriquecimento do país, empresas que crescem e fazem crescer a economia nacional.”

Teresa Cardoso de Menezes

Diretora geral da Informa D&B”