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Empresas cotadas e do setor público evoluem na paridade de género

Aceda aqui ao Sumário Executivo do Estudo.

Mulheres ocupam menos de um terço dos cargos de gestão e liderança nas empresas.

  • Percentagem de mulheres na administração das cotadas passou de 10% para 35% em 10 anos;
  • Maior exigência dos critérios ESG poderá acelerar paridade;
  • Seguros e banca estão entre os setores mais distantes da paridade de género na gestão e liderança;
  • Grandes empresas são as que têm maior desigualdade do género nos cargos de gestão e liderança;

Na generalidade empresas onde existem equipas de gestão (empresas com pelo menos 2 gestores), mais de um terço (39%) são exclusivamente masculinas, 6% são exclusivamente femininas e 55% são mistas.

A introdução de quotas na paridade de género demonstrou acelerar a evolução a representatividade das mulheres em cargos de gestão nas empresas sujeitas a este regime, como são os casos das empresas cotadas e do setor público empresarial, que estão desde 2017 sujeitas à lei que estabelece o regime da representação equilibrada nos órgãos de administração e de fiscalização. Nas empresas cotadas, a percentagem de mulheres com assento nos conselhos de administração era no final de 2024 de 35%, o que representa uma evolução significativa face aos 10% que se registavam em 2014.

Nas empresas cotadas, 82% das equipas de gestão são mistas, uma percentagem que é ainda mais elevada na administração pública (83%) e no setor público empresarial (86%).

Maior exigência dos critérios ESG poderá acelerar paridade

As equipas mistas na gestão têm um melhor desempenho ESG do que aquelas exclusivamente masculinas ou femininas, de acordo com o Score ESG, um indicador da Informa D&B que reflete a posição de uma empresa relativamente ao seu setor e a empresas de dimensão equiparável, analisada segundo as suas práticas ambientais, sociais e de governance.

De acordo com Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, ‘é de esperar que a obrigação de reporte do desempenho não financeiro tenha consequências na presença feminina em cargos de maior responsabilidade nas empresas; a paridade de género é um dos critérios de análise das práticas ESG das empresas, critérios que terão um peso crescente na sua avaliação, podendo, deste modo, constituir mais um estímulo para acelerar esta evolução no sentido da paridade.’

Um dos aspetos revelados no estudo da Informa D&B é que as empresas com liderança feminina (27%) mostram-se mais inclusivas do que as restantes, dando preferência à constituição de equipas mistas. Nestas empresas, 78% das equipas de gestão são mistas e apenas 22% são exclusivamente femininas. Nas empresas lideradas por homens, 48% têm equipas de gestão mista, sendo 52% ocupadas exclusivamente por homens.

Seguros e banca estão entre os setores mais distantes da paridade de género na gestão e liderança

Apesar de mais de metade dos seus trabalhadores serem mulheres, os setores dos seguros e da banca estão entre os que registam menor paridade de género na gestão e liderança. Nos seguros, apenas 17% dos cargos de gestão e 11% dos cargos de liderança são desempenhados por mulheres, percentagens que na banca são de 22% e 13%, respetivamente. Serviços gerais, Alojamento e restauração, Retalho, Serviços empresariais e Atividades imobiliárias são os setores que apresentam valores mais elevados na participação feminina em cargos de gestão e liderança, ainda assim sempre bastante abaixo da paridade.

Olhando para os subsetores, é nas atividades relacionadas com a saúde, bem-estar, moda e educação que se encontram as empresas em que a presença de mulheres nos cargos de gestão e liderança rondam os 50%, atividades em que as mulheres são mais do que metade dos empregados.

Grandes empresas são as que têm maior desigualdade do género nos cargos de gestão e liderança

É nas empresas de maior dimensão que se regista a maior desigualdade quanto ao género nos cargos de gestão e liderança. Nestas empresas, onde 47% do emprego é ocupado por mulheres, apenas 20% ocupam cargos de gestão e 11% cargos de liderança.

UNIVERSO E DEFINIÇÕES

Universo de estudo: Empresas ativas a 31 de dezembro de 2024, com pelo menos 1 gestor ou executivo e com atividade comercial em 2023.
Empresas com atividade comercial: empresas do setor público e privado (não inclui a Banca e os Seguros), com informação financeira publicada no portal do Ministério da Justiça (IES) relativa ao exercício e que apresenta dados de compras, vendas ou emprego no ano.
Banca e Seguradoras: Pela sua natureza de reporte financeiro, a análise da Banca e Seguradoras é feita separadamente. Para estas entidades, os dados relativos ao emprego têm como fonte os respetivos Relatórios e Contas do último ano disponível.
Cargos de liderança: Funções do primeiro gestor (Presidente do Conselho de Administração e Gerente).
Cargos de gestão: Órgãos sociais de gestão, administração e gerência.

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