É sem dúvida importante celebrar a dimensão das empresas. Quando estabelecemos e analisamos rankings, como o das 1000 Maiores Empresas em Portugal, somos invariavelmente conduzidos a essa conclusão.
A contribuição das 1000 Maiores Empresas em Portugal para a economia nacional é esmagadora, representando 46% do volume de negócios de todo o tecido empresarial, mais de metade das exportações e 23% do emprego. Mais do que um mero contributo, a atuação destas empresas constitui, na realidade, um dos mais robustos pilares de sustentação da economia.
Este é o retrato destas empresas, tal como se mostram no presente, de acordo com a análise que a Informa D&B realizou. Mas, para além do retrato do momento, seria bom percebermos o que as trouxe até aqui, ou seja, quais os traços que apresentam e que estão de alguma forma relacionados com a dimensão que conseguiram conquistar. Desse modo, tornar-se-ia mais fácil entender quais são alguns dos ingredientes que, isolados ou em conjunto, estão associados ao crescimento, e aos quais se deveria prestar atenção quando se pretende estimular o crescimento das empresas em geral.
Nunca são leituras fáceis nem simples. Se assim fossem, muitas outras empresas teriam também chegado a esta dimensão. E, pelo contrário, o que vemos é que ganhos de dimensão são processos difíceis e geralmente lentos.
É com o propósito de assinalar alguns destes ingredientes que os prémios a atribuir às 1000 Maiores Empresas em Portugal incluem distinções específicas, com as quais procuramos realçar comportamentos que estão associados a estas empresas de maior dimensão. Alguns são mais óbvios, como o ‘Prémio Exportações’, mas não deixa de ser importante lembrar a força motriz que os negócios com outros mercados representam para a economia portuguesa. Se são importantes em qualquer economia, mais importantes serão num país com um mercado interno reduzido. De modo a dar mais consistência a este perfil por parte das empresas, o prémio incide na forma sustentada como as exportações cresceram ao longo dos 3 últimos anos, e não apenas no último ano.
A forma sustentada com que os fenómenos surgem nas maiores empresas foi, aliás, algo que se decidiu assinalar, incluindo-a nos critérios de atribuição destes prémios. Por essa razão, a análise compreende indicadores das empresas nos últimos três exercícios.
É exatamente o que acontece com o ‘Prémio Emprego’, atribuído à empresa que, além de crescimento sustentado de volume de negócios nos últimos 3 anos, regista o maior crescimento do número de empregados no mesmo período.
O mesmo se passa com o fenómeno da igualdade de género. Sendo um sintoma de uma mudança necessária, decidiu-se atribuir o ‘Prémio Mulheres na Gestão’ à empresa onde o maior crescimento coincide com uma equipa de gestão que respeita a igualdade de género. O critério da longevidade surge também no prémio que é atribuído à empresa com 50 ou mais anos e cujo negócio mais tenha crescido nos últimos 3 anos.
Mas estes prémios refletem também de alguma maneira o modo com elas estão preparadas para o futuro. Face aos desafios exigentes do atual contexto económico, as empresas apenas serão elegíveis para receber os prémios se revelarem um nível de resiliência elevado ou médio-alto e um Risco Failure mínimo, reduzido ou moderado. A Resiliência Financeira é um indicador criado pela Informa D&B que avalia a capacidade de uma empresa enfrentar um choque excecional e não previsto com impacto significativo no seu processo produtivo e comercial; O Risco de Failure é também um indicador da Informa D&B, neste caso refletindo a probabilidade de, nos próximos 12 meses, uma entidade cessar atividade com dívidas por liquidar.
Estes são prémios que pretendem assinalar não apenas a dimensão, mas sobretudo o crescimento, a sustentabilidade desse crescimento e os comportamentos que a ele surgem associados, procurando pistas sobre o caminho que estas empresas percorreram até aqui.
Assinalando o momento presente, refletem também a história que trouxe estas empresas até aqui, bem como alguns sinais sobre o que podemos esperar delas para o futuro.
Sendo uma celebração, é sobretudo uma oportunidade de aprendizagem, um convite para refletirmos sobre o que podemos aprender com estas empresas, sobre aquilo que deve ser protegido para que mais empresas tenham capacidade de crescimento, contribuindo para uma economia mais robusta.