Novo Estudo | Empresas de Crescimento Elevado
Empresas de Crescimento Elevado registaram aumentos de 150% no emprego e 56% no volume de negócios, no período entre 2017-2020Portugal conta com 1 565 Empresas de Crescimento Elevado (ECE) que, embora representando apenas 0,4% do tecido empresarial, são responsáveis por mais de 10% do emprego criado durante este período de crescimento. ECE são empresas com um mínimo de 10 colaboradores e um crescimento orgânico médio anual de empregados superior a 20%, durante três anos consecutivos. Destacam-se das restantes empresas do tecido empresarial pelo facto de crescerem a um ritmo mais rápido, devido à sua grande capacidade de inovação e de identificação de novas oportunidades de negócio. De acordo com o estudo publicado agora pela Informa D&B, no período entre 2017 e 2020 as ECE geraram 87 mil novos empregos. Ao todo, contam com 135 mil empregados, o que corresponde a um crescimento de 150% desde 2017. Quase metade das ECE (48%) são exportadoras, tendo realizado vendas de 2,8 mil milhões de euros para mercados externos. O seu volume de negócios conjunto atingiu, em 2020, os 12,9 mil milhões de euros, o que significa um crescimento muito expressivo de 56% desde o início do período. Segundo Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, ‘a agilidade e o sentido de oportunidade das ECE, que as conduz a rápidos crescimentos, revelam-se sempre muito importantes para a economia, desde logo pelo emprego que criam, mas também porque são um estímulo para outras empresas que, pertencendo à sua cadeia de valor, beneficiam com o ritmo acelerado do seu crescimento.’ Entre as ECE, existem 248 empresas Gazela Empresas, um grupo particular que se carateriza não apenas pelo crescimento elevado, mas também pela sua juventude, pois são empresas que, no final do período 2017-2020, têm 5 ou menos anos de idade. ECE nos setores e nas regiõesEmbora com proporções diferentes, existem ECE em todos os setores de atividade e em todas as regiões. As Indústrias, a Construção e os Serviços empresariais são os setores com maior número de ECE. No entanto, quando comparado com o Tecido Empresarial Equivalente (empresas com 10 ou mais empregados no início do período em análise e que são, portanto, comparáveis com as ECE), a maior percentagem de ECE ocorre no setor das Tecnologias de comunicação e informação. Em conjunto, estes 4 setores geram dois terços de todo o emprego criado pelas ECE entre 2017 e 2020. Ainda relativamente à capacidade de criação de emprego, há dois subsetores que se destacam: o subsetor ‘Manutenção e aluguer’ nos Serviços empresariais, com mais de 10 mil empregos, e o subsetor ‘Informática’ nas Tecnologias de informação e comunicação, com mais de 9 mil. A região norte é a que concentra maior número de ECE (37%), seguida da Área Metropolitana de Lisboa (30%), mas é esta última que gera mais emprego, com 43% do total. 87% das ECE são empresas de capital nacional e a sua idade média é de 14 anos. Sensibilidade e resistência das ECE à pandemiaO período em análise já inclui o primeiro ano da pandemia e reflete, como tal, os impactos profundos sentidos nesse ano em muitas empresas. O número de ECE estava a crescer desde o período 2011-2014. No período de 2017-2020 registaram uma quebra de 22% face ao período anterior de 2016-2019. Esta quebra tem reflexos na criação de emprego que desceu dos quase 124 mil postos de trabalho criados em 2016-2019 para os 87 mil do atual período, correspondendo a uma redução de 30%. Apesar da forma como a pandemia afetou o número de ECE, elas não perdem as suas caraterísticas essenciais sendo uma delas a resistência às crises, facto ilustrado pelo número de empresas que ganham dimensão neste período, bem como pelo seu reduzido Risco Failure e pela sua Resiliência acima da média. No início do período analisado, quase 90% das empresas eram de pequena dimensão. Durante estes 3 anos, 29% das ECE subiram de escalão. O crescimento elevado destas empresas, que significa investimentos e aumento de dimensão, não aumenta o seu Risco de Failure nem fragiliza a sua Resiliência. 75% das ECE têm um Risco Failure mínimo ou reduzido, percentagem superior aos 67% da totalidade do tecido empresarial e aos 71% das empresas Gazela, sendo um pouco inferior ao do Tecido Empresarial Equivalente (79%). (Risco Failure: probabilidade de uma empresa cessar atividade nos próximos 12 meses com dívidas por liquidar) Em relação à Resiliência, as ECE têm a maior percentagem de empresas com um nível Elevado ou Médio-alto (57%), superando o Tecido Empresarial Equivalente (51%), o tecido empresarial em geral (42%) e as Gazelas (53%). (Nível de Resiliência Financeira: mede a capacidade de uma empresa enfrentar e reagir a um choque excecional e não previsto com impacto significativo no seu processo produtivo e/ou comercial) Universo e definições Universo: empresas públicas e privadas (sociedades comerciais exceto Banca e Seguros) com atividade comercial no período. Definições Empresas de crescimento elevado (ECE): Empresas com no mínimo 10 empregados, que registam um crescimento orgânico médio anual de empregados superior a 20% num período de 3 anos consecutivos (2017-2020) Empresas Gazela: são empresas de crescimento elevado com 5 ou menos anos de idade no final do período (2020) Tecido empresarial equivalente: empresas com 10 ou mais empregados no início do período em análise (comparáveis com as ECE). Risco de failure: O modelo preditivo de avaliação de Risco de Failure Informa D&B reflete a maior ou menor probabilidade de nos próximos 12 meses, uma empresa cessar atividade com dívidas por liquidar Resiliência Financeira: Indicador Informa D&B que mede a capacidade de uma empresa enfrentar e reagir a um choque excecional e não previsto com impacto significativo no seu processo produtivo e/ou comercial, permitindo posicionar cada empresa relativamente ao setor em que se insere, calculado com base em 4 dimensões económicas e financeiras: estrutura de custos, estrutura de endividamento, margem de lucro e rendibilidade e eficiência de investimento. |