novembro 2024 Variação referente ao mês homólogo
Nascimentos
03549
-18,3%
Encerramentos
00662
-53,7%
Insolvências
00160
-4,8%

Setores recuperam a duas velocidades

Criação de novas empresas cresce 14% no 1º semestre

No 1º semestre de 2021 foram criadas 20 926 novas empresas em Portugal, mais 14,4% do que no mesmo período do ano passado. Apesar de estarem ainda cerca de 25% abaixo dos números de 2019, antes da pandemia, estes valores mostram já alguma recuperação na atividade empreendedora.

Esta recuperação está a ser feita a velocidades diferentes conforme os setores de atividade, apesar de quase todos registarem crescimento. Os setores das Atividade imobiliárias, Agricultura e outros recursos naturais, Retalho e Tecnologias de informação e Comunicação registam crescimentos acima dos 30%. No Retalho, o subsetor do ‘têxtil e moda’ e a atividade de retalho online contribuem muito significativamente para o crescimento do setor. O setor onde foi criado o maior número de empresas em 2021 é o dos Serviços empresariais (3 615 empresas), com um crescimento de 20%.

Por outro lado, os setores dos Grossistas, Indústrias e Alojamento e restauração mostram crescimentos mais modestos, na ordem dos 3%.

O setor dos Transportes mantém a queda que está a sofrer desde 2020. Fruto do subsetor do ‘transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros’, este setor tem a maior queda (-36%) nas novas empresas face ao 1º semestre de 2020.

Segundo Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B:
o 1º semestre apresenta alguns sinais de melhoria na dinâmica do tecido empresarial, com um aumento do número de empresas ativas e do empreendedorismo. O Alojamento e restauração mantém-se o setor mais afetado nos vários indicadores analisados. A incerteza que se vai manter nos próximos meses aconselha a que as empresas estejam atentas à evolução dos indicadores, em especial aqueles que acompanham a evolução do risco comercial.

Quase todos os distritos a crescer nas novas empresas

As duas velocidades da recuperação no empreendedorismo são também visíveis a nível regional. Quase todos os distritos criaram mais empresas em 2021 do que no ano anterior, mas com crescimentos muito distintos. No continente, destacam-se os distritos de Leiria, Viana do Castelo e Santarém, com crescimentos superiores a 20%. Os maiores crescimentos são registados nas ilhas, com as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores a crescerem, respetivamente, 64% e 25%.

Os distritos de Lisboa e de Faro, que foram em 2020 onde mais recuou a criação de novas empresas, estão a recuperar de forma mais lenta que a maioria dos outros distritos, ambos com um crescimento de 9%.

Há mais empresas ativas

Em 30 de junho de 2021 existiam cerca de 525 mil empresas e outras organizações ativas em Portugal, mais 2,9% do que no início do ano. A tendência de crescimento do tecido empresarial já se verificava de forma consistente desde 2015, tendo sido interrompida em 2020.

No entanto, e além das novas empresas, para estes valores contribui também a redução dos encerramentos e insolvências que se verifica desde o início da pandemia, em resultado das diversas medidas criadas pelo Estado para apoiar as empresas.

No final do 1º semestre de 2021 ambos os indicadores mantêm tendência de descida, com as novas insolvências a recuarem 11,3% e os encerramentos 2,5%.

Setores mais expostos à pandemia aumentam atrasos nos pagamentos

As empresas dos setores de atividade com grau de impacto mais alto são as que aumentam o número médio de dias de atraso nos pagamentos face às datas acordadas com os fornecedores. Alojamento e restauração é o setor que mostra um maior agravamento neste indicador, com 37 dias de atraso médio, mais 7 dias do que antes da pandemia. Na totalidade do tecido empresarial, o atraso médio é de 26,7 dias, um valor pouco superior ao que se verificava antes da pandemia (26,0).

Veja o Barómetro completo aqui.

Nota sobre insolvências
Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. O Barómetro Informa D&B considera os processos de insolvência de pessoas coletivas. Este Barómetro não analisa os processos de insolvência de empresários em nome individual, de profissionais liberais, ou de particulares.