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Avaliação dos impactos da pandemia no volume de negócios das empresas em 2020

Mais de metade das empresas registaram quebras no seu volume de negócios

  • Quase um terço das empresas registam quebras na faturação superiores a 20%.
  • Alojamento e restauração, Transportes e Serviços gerais são os setores onde mais empresas apresentam quebras no volume de negócios.

Mais de metade das empresas registaram quebras no seu volume de negócios em 2020. Além disso, em cerca de um terço das empresas o volume de negócios recua mais de 20% face ao ano anterior. Este dado contrasta com a evolução em 2019, um ano em que mais de metade das empresas registou aumentos no volume de negócios.

A conclusão é da Informa D&B, que analisou os dados de todas as empresas que já publicaram as contas relativas a 2020. O prazo para a publicação das contas termina hoje, 30 de julho. Os dados analisados referem-se a 28 de julho e já permitem perceber os reflexos reais nas contas das empresas de um ano marcado pela pandemia de Covid-19, nomeadamente a forma como ela afetou de maneira muito distinta os diversos setores de atividade, que em muitos casos conduziu a grandes condicionamentos na atividade das empresas, ou mesmo à total interrupção, como forma de combater a própria pandemia.

A quebra da atividade económica, que foi um fenómeno global, resultou numa queda do PIB português de 7,6%, tendo sido criados diversos apoios para as empresas, como apoios à tesouraria, ao layoff ou as moratórias de crédito, de forma a minimizar os impactos desta quebra nos resultados das empresas.

Um terço das empresas apresentou crescimento no volume de negócios e um quinto viu este indicador crescer mais de 20% em 2020, invertendo-se a tendência de 2019.

Alojamento e restauração, Transporte e Serviços gerais registam a maior percentagem de empresas com quedas no volume de negócios

Os setores mais expostos aos efeitos das restrições na circulação e atividade das empresas tiveram uma maior percentagem de empresas com uma descida significativa do volume de negócios. Todos os setores apresentaram mais empresas com quebras no volume de negócios do que o verificado em 2019.

Três quartos das empresas do Alojamento e restauração registaram perdas no volume de negócios. Mais de metade das empresas também tiveram quedas nos setores dos Transportes, dos Serviços Gerais, Grossistas, Retalho e Indústrias.

No entanto, em todos os setores de atividade há empresas que viram crescer o seu negócio em 2020. Alguns setores tiveram mais de 40% de empresas a registar crescimento, como a Construção, Tecnologias da informação e comunicação e a Agricultura e outros recursos naturais.

Uma análise mais profunda ao ano de 2020 mostra que o Alojamento e restauração e o setor dos Transportes têm mais de um quarto das empresas com quedas de faturação acima dos 50%.

A análise dos subsetores mostra que todos os subsetores do Alojamento e Restauração tiveram uma elevada percentagem de empresas a decrescer significativamente o seu negócio. Noutros setores, destacam-se os subsetores dos Serviços turísticos e o Retalho de têxtil e moda.

Contrariamente, os subsetores que mais viram as suas empresas crescer, foram o Retalho generalista, algumas atividades do setor da Construção e das TIC, fruto da crescente procura de soluções informáticas de telecomunicações neste período.

Menos empresas com quebras no volume de negócio do que na crise anterior

O histórico da percentagem de empresas que decresce volume de negócios em cada ano permite uma leitura clara dos efeitos das crises sobre este indicador. No primeiro ano do PAEF, quase dois terços das empresas registaram quedas no volume de negócios, uma situação que entrou em recuperação progressiva nos anos seguintes.